Entre os latinos, além do Brasil, os testes foram realizados na Argentina, no Chile, na Colômbia, no México e no Peru. Segundo a Anvisa, 7.560 brasileiros são voluntários nos testes.
No Brasil, a Johnson ainda não entrou com o pedido de uso emergencial ou pedido de registro à Anvisa. Nos EUA, a empresa pediu o uso emergencial ao FDA no dia 4 e, de acordo com o jornal New York Times, a agência pode dar a autorização já no próximo sábado (27).
Eficácia apresentada pela Johnson
Na sexta-feira (29), a Johnson anunciou que a vacina teve 66% de eficácia em prevenir casos moderados e graves, informação confirmada nesta quarta pelo FDA. Considerados apenas os casos graves, o nível de proteção foi de 85%. Nenhuma pessoa vacinada morreu de Covid. A eficácia da vacina para pacientes com casos leves da doença não foi divulgada, e os resultados ainda não foram publicados em revista científica.
Ainda segundo a Johnson, o imunizante também funcionou contra a variante da África do Sul, mais contagiosa.
Veja os principais pontos do anúncio da Johnson:
- Considerando todos os ensaios de fase 3 – em 8 países, incluindo Estados Unidos, Brasil e África do Sul – a vacina teve 66% de eficácia contra casos moderados e graves de Covid 28 dias após a vacinação. Isso significa uma redução de 66% nos casos moderados e graves de Covid no grupo vacinado em relação ao grupo não vacinado.
- Nos ensaios dos EUA, a eficácia contra casos moderados e graves foi de 72%; na América Latina, de 66%; na África do Sul, onde uma variante mais contagiosa do coronavírus está circulando, a eficácia foi de 57%.
- Considerados apenas os casos graves, em todas as regiões, a eficácia da vacina chegou a 85%. Isso significa uma redução de 85% nos casos graves de Covid no grupo vacinado em relação ao grupo não vacinado.
- A proteção começou 14 dias após a vacinação.
- A eficácia da vacina aumentou com o passar do tempo: não houve nenhum caso grave de Covid nos participantes vacinados 49 dias após a aplicação da vacina. A vacina garantiu 100% de proteção contra hospitalização e morte por Covid 28 dias depois da vacinação. Após essa data, ninguém foi hospitalizado ou morreu de Covid.
- A proteção foi, de forma geral, "consistente" em todos os participantes, independentemente da raça ou idade – inclusive em adultos acima de 60 anos.
- A vacina pode ser armazenada por pelo menos 3 meses em temperaturas de 2ºC a 8ºC – o que é compatível com a rede de frio de vacinação usada no Brasil hoje. Em temperaturas de -20ºC, ela fica estável por dois anos, estima a Johnson.
Vacina da Johnson teve eficácia de 66% contra casos moderados e graves de Covid-19
- 34% dos participantes no mundo tinham mais de 60 anos (14.672, no total).
- 55% eram homens e 45%, mulheres.
- 59% eram brancos; 45% eram hispânicos e/ou latinos; 19% eram negros/afroamericanos; 9% americanos nativos (indígenas) e 3%, asiáticos.
- 41% dos voluntários tinham uma comorbidade associada a maior risco de Covid grave: 28,5% tinham obesidade, 7,3% tinham diabetes tipo 2, 10,3% tinham hipertensão e 2,8% tinham HIV. Outros participantes com doenças do sistema imune também participaram dos ensaios.
Outras vacinas e aprovações
Com o anúncio da Johnson, já são 8 imunizantes ao redor do mundo que tiveram seus dados de eficácia divulgados pelas próprias farmacêuticas ou publicados em revista científica. Quando a publicação acontece, isso significa que os resultados foram avaliados e validados por outros cientistas.
Até agora, as seguintes vacinas tiveram seus dados publicados em revista:
Outros 5 desenvolvedores apenas divulgaram a eficácia de suas vacinas, sem publicar estudos:
- Sputnik V: 91,4% de eficácia
- Novavax: 89,3% de eficácia
- Sinopharm: 79,3% de eficácia
- Johnson: 66% de eficácia contra casos moderados e graves
- CoronaVac: 50,38% de eficácia
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