O pai da jovem de 17 anos que morreu após comer um bolo afirmou na terça-feira (3) que a adolescente que confessou ter enviado o doce era colega da filha e dormiu na casa deles de sábado (31) para domingo (1º)
No sábado, Ana Luiza comeu o bolo de pote que recebeu com um bilhete misterioso, passou mal, foi ao hospital e retornou para casa. Segundo Silvio Ferreira das Neves, no domingo, a filha passou mal novamente, caindo no chão do banheiro, e morreu a caminho do hospital.
Essa menina foi dormir lá em casa, acompanhou o caso todo. Viu [Ana Luiza] passando mal, viu a hora que a levei no hospital e, no outro dia, também viu minha menina caindo no banheiro e não demonstrou nenhuma reação... Depois da minha filha estando morta, ela ainda me cumprimentou e abraçou.
A jovem que confessou o ato infracional também tem 17 anos e foi encaminhada para a Fundação Casa por volta das 17h, após a Justiça conceder o pedido de apreensão provisória feito pela polícia.
Mais cedo, durante o velório da filha, o pai de Ana Luiza fez um desabafo emocionado. “É muito difícil para mim... Perdi o amor da minha vida. Minha filha fez 17 anos na semana passada e não tem nem palavras para dizer o que eu estou sentindo. É difícil demais. Só Deus para me dar força, porque a minha filha não merecia isso...”, disse Silvio, que tem outras duas filhas.
Ana Luiza não foi a primeira vítima da colega. A mesma adolescente de 17 anos, que confessou ter envenenado o doce, enviou, em 15 de maio, um bolo para outra menina que passou mal, chegou a ficar internada, mas sobreviveu.
Segundo a investigação, esta jovem também teria recebido um bilhete com dizeres parecidos aos de Ana Luiza.
No último sábado (31), a adolescente repetiu o comportamento, e o alvo agora era Ana Luiza. Com a repercussão da morte dela, a família da primeira vítima procurou a polícia. Investigadores resgataram imagens de circuito de segurança, identificaram a placa do motoboy que fez a entrega, conseguiram contatá-lo e tiveram acesso ao endereço da autora.