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Imagens mostram que o governador do Tocantins entregou pessoalmente cestas básicas que teriam sido usadas para desviar dinheiro durante a pandemia. O esquema é investigado pela Polícia Federal que cumpriu maandados de busca emitidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Wanderlei Barbosa (Republicanos) nega ter cometido qualquer irregularidade pois na época da compra era vice e não ordenava as despesas. ? Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular. Segundo a Polícia Federal, há fortes indícios da existência de um esquema montado entre os anos de 2020 e 2021, utilizando-se do estado de emergência em saúde pública e assistência social, para contratação de grupos de empresas previamente selecionadas para o fornecimento de cestas básicas. Governador Wanderlei Barbosa entregando cesta básica durante a pandemia, em abril de 2021 — Foto: Ruraltins/Governo do Tocantins A PF não detalhou qual a suposta participação de Wanderlei Barbosa nos possíveis desvios. Nesta quarta-feira (21), ele foi alvo de buscas, junto com seus dois filhos e a primeira-dama, além de outros políticos e empresários. O empresário Joseph Madeira foi preso durante o cumprimento de um mandado na casa dele. (Veja as notas completas abaixo) Na época em que as contratações começaram, em março de 2020, Wanderlei era vice-governador. Ele acabou assumindo o governo em outubro de 2021, após Mauro Carlesse ser afastado do governo em outra investigação do STJ. Conforme o governo do Tocantins, entre março de 2020 e setembro de 2021 foram compradas mais de 1,6 milhões de cestas básicas. A suspeita da Polícia Federal é de que todas foram pagas, mas nem todas teriam chegado à população, pois as empresas não tinham capacidade operacional para execução dos contratos. Uma dessas entregas de cestas aconteceu no fim de abril de 2021 no distrito de Buritirana, na região rural de Palmas. Esta entrega teve participação do próprio Wanderlei Barbosa, que aparece em fotos distribuindo os alimentos. O governo teria investido quase R$ 5 milhões em cestas básicas neste período. Os recursos saíram do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep-TO) e de emendas parlamentares de deputados estaduais. Wanderlei Barbosa afirma que não tem ligação com o suposto esquema e só está sendo investigado por ter recebido R$ 5 mil, de uma pessoa que é investigada, durante um consórcio informal entre amigos. (Veja nota completa abaixo) Durante o cumprimento das buscas na casa e no gabinete de Wanderlei, os policiais federais encontraram R$ 67,7 mil em espécie, além quantias em dólares e euros. Na casa do governador havia R$ 35,5 mil, 80 euros e US$ 1,1 mil. Já no gabinete de foram encontrados R$ 32,2 mil e centenas de boletos de contas pagos em lotéricas, tanto do governador, quanto de terceiros. A assessoria do governador informou por telefone à TV Anhanguera que não vai se posicionar sobre o dinheiro apreendido. Foto mostra Wanderlei Barbosa entregando cestas básicas no distrito de Buirtirana, durante período da pandemia — Foto: Ruraltins/Governo do Tocantins LEIA TAMBÉM A Polícia Federal informou que a investigação apura desvio de recursos públicos por meio da distribuição de cestas básicas, durante a pandemia de COVID-19. Segundo a PF, há fortes indícios da existência de um esquema montado entre os anos de 2020 e 2021, utilizando-se do estado de emergência em saúde pública e assistência social, para contratação de grupos de empresas previamente selecionadas para o fornecimento de cestas básicas. As empresas teriam recebido a totalidade do valor contratado, porém entregariam apenas parte do quantitativo acordado. Wanderlei Barbosa, Karinna, Léo Barbosa e Rérison Castro — Foto: Arte g1 A investigação sobre os supostos desvios começou na Polícia Civil do Tocantins. Em 2022 foram cumpridos 11 mandados de busca durante a operação Phoenix. Houve bloqueio de bens afastamento de servidores públicos da Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social do Tocantins (Setas). Na época, o valor estimado dos prejuízos aos cofres públicos, considerando o valor dos contratos, chegava a R$ 4.951.478,78, segundo a PC. Só em 2020 foram dois projetos para distribuição de cestas básicas desenvolvidos pelo governo com recursos próprios, além de aquisições feitas por meio de emendas parlamentares. A operação foi chamada de Fames-19 em referência à insegurança alimentar ocasionada pela pandemia de COVID-19. Fames, significa fome em latim e 19 faz alusão ao ano em que a doença foi descoberta. O Governador Wanderlei Barbosa informa que recebeu com surpresa, porém com tranquilidade, a operação ocorrida nesta manhã, sobretudo porque na época dos fatos era vice-Governador e não era ordenador de nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas no período da pandemia. “Como todos já sabem, a única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5.000,00 com outras 11 pessoas, no qual uma delas era investigada.” Ressalta ainda que deseja a apuração célere e imparcial dos fatos, pois está confiante na sua inocência e na Justiça, estando sempre a disposição para colaborar com as investigações. Sobre a operação da Polícia Federal desta quarta-feira, 21, informo que prestei todos os esclarecimentos necessários e sigo colaborando com as investigações. Nunca imaginei que uma modalidade de consórcio informal de R$ 5.000,00, do qual eu fazia parte com outras 11 pessoas poderia gerar tamanho transtorno e embaraço jurídico. Já forneci a Justiça todos os elementos que demonstram a minha inocência. Tenho certeza que no transcorrer do processo isso ficará provado. Sigo confiante na Justiça e nas instituições democráticas e desempenhando normalmente o meu trabalho como deputado estadual mais votado do Tocantins. O Governo do Estado Tocantins informa que colabora com a Polícia Federal no cumprimento dos mandados de busca e apreensão realizados na manhã desta quarta-feira, 21, referente a Operação Fames-19, que investiga supostos desvios na compra de cestas básicas nos anos de 2020 a 2021. É do interesse do Governo do Estado que tais fatos sejam devidamente esclarecidos. A Primeira-Dama e secretária extraordinária de Participações Sociais Karynne Sotero recebeu com espanto e perplexidade a notícia de que é alvo de busca e apreensão uma vez que não faz parte do processo investigatório e sequer é citada. Esclarece ainda que não era sequer primeira-dama do estado a época dos fatos investigados. Ressalta que está tranquila em relação ao desenrolar da investigação e confiante na Justiça. O ex-governador Mauro Carlesse esclarece que não tem qualquer relação com os fatos noticiados na data de hoje e que não é investigado pelo Superior Tribunal de Justiça. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins."Na época desse procedimento eu não era governador, eu era vice-governador. Não foi eu que comprei cesta básica, não foi eu que enviei cesta básica, não foi eu que direcionei cesta básica", disse Wanderlei em entrevista à TV Anhanguera.
Dinheiro apreendido
Investigação
Nota do governador Wanderlei Barbosa
Nota do deputado estadual Léo Barbosa
Nota do governo do Tocantins
Nota da primeira-dama Karynne Sotero
Nota do ex-governador Mauro Carlesse